Anestesia de dentista dói? A maioria das pessoas diria que a resposta para essa pergunta é simples e óbvia: “É lógico que dói!”
Entretanto, as más experiências que construíram essa fama da anestesia odontológica têm suas causas, e algumas delas podem ser:
qualidade inferior de materiais odontológicos
inexperiência ou mão pesada do profissional
pressa do profissional
falta de conhecimento de anatomia do profissional
ansiedade do paciente
Veja adiante como se proporciona uma experiência de anestesia sem dor ao paciente:
A destreza manual do dentista desempenha um papel indispensável na redução do desconforto associado à aplicação da anestesia. Movimentos precisos e controlados ajudam a minimizar o trauma nos tecidos, tornando a inserção da agulha mais suave e minimizando sensações desagradáveis.
O dentista precisa desenvolver uma sensibilidade tátil aguçada para avaliar a resistência dos tecidos à medida que a agulha é inserida. Isso permite ajustar a pressão e a velocidade da aplicação conforme necessário, adaptando-se à resposta individual do paciente.
O professor Stanley F. Malamed, que é uma autoridade na área de anestesia odontológica, em seu livro "Manual de Anestesia Local", recomenda que a injeção de um tubete de anestésico de 1,8 ml seja administrada em um período de 1 a 2 minutos.
O controle da velocidade de injeção é uma prática importante para evitar desconforto adicional ao paciente. Uma abordagem mais delicada é especialmente crucial ao atingir áreas sensíveis ou regiões onde os tecidos podem ser mais finos.
Apesar de alguns profissionais menosprezarem a importância desse passo na técnica odontológica, a aplicação do anestésico tópico reduz de forma significante o incômodo proveniente da inserção da agulha na mucosa bucal.
Entretanto, é comum que os profissionais não se atentem a técnicas simples que garantem a eficácia do produto.
A região precisa estar o mais livre possível de umidade. Não adianta aplicar o anestésico tópico em gel em uma região úmida com saliva. O isolamento absoluto deve ser perfeitamente realizado.
O tempo de aplicação do gel também precisa ser respeitado. Não é raro que profissionais apressados acabem retirando antes do tempo e tendo o efeito reduzido do anestésico tópico.
Um conhecimento aprofundado da anatomia local é essencial para uma aplicação precisa da anestesia. Isso permite que o dentista escolha os pontos de inserção da agulha de maneira a evitar estruturas sensíveis quando for possível, minimizando o desconforto e prevenindo complicações.
A dor física é potencializada por questões subjetivas que não podem ser ignoradas. Medo, tensão e preocupação são capazes de tornar pequeno um incômodo físico em sensações insuportáveis de dor. Por isso é importante ajudar o paciente a se sentir mais tranquilo e confiante.
Uma das formas de fazer isso é oferecendo previsibilidade sobre o que será realizado.
A comunicação aberta entre o dentista e o paciente é crucial. O profissional deve:
Explicar o procedimento antes de iniciá-lo;
Informar sobre o que ele pode sentir;
Checar se ele não tem dúvidas.
Além disso, dar ao paciente a oportunidade de expressar qualquer desconforto durante a aplicação permite que o profissional faça ajustes na técnica em tempo real.
A empatia e a atenção do profissional à sensibilidade individual do paciente são fundamentais para estabelecer confiança e garantir uma odontologia mais centrada no bem-estar do indivíduo.
A qualidade da agulha a ser utilizada faz toda a diferença na experiência do paciente com a anestesia odontológica. Algumas agulhas penetram nos tecidos mucosos com maior resistência e atrito, aumentando de forma significativa a experiência de dor.
O profissional também deve utilizar o anestésico adequado ao procedimento a ser realizado. Anestésicos que possuem um tempo de ação menor podem ser bem indicados em procedimentos mais rápidos, mas em procedimentos mais longos, requerem mais aplicações e, consequentemente, mais incômodos.
As condições biológicas da região a ser anestesiada também influenciam na seleção do anestésico. Processos inflamatórios agudos, por exemplo, requerem anestésicos mais potentes.
Conclusão:
A busca por técnicas de anestesia mais eficazes e confortáveis na odontologia moderna tem como objetivo proporcionar aos pacientes uma experiência livre de dor durante os procedimentos, transformando a percepção tradicional da visita ao dentista.
Avanços recentes incluem anestesia tópica prévia, géis anestésicos de ação rápida, dispositivos de injeção controlada, agulhas modernas de alta tecnologia e anestésicos de longa duração contribuindo para uma experiência odontológica mais agradável.
Porém existem fatores primordiais: o conhecimento da técnica, a mão leve do dentista e a empatia com o paciente.
Isso se desenvolve por meio do treino, do estudo teórico e da experiência profissional.